Com mais de 400 casos e morte de recém-nascido, MPF apura possível surto de febre oropouche no AC
30/08/2024
Órgão determinou apuração sobre providências adotadas em meio ao aumento de registros no estado e em todo o país. Acre tem mais de 400 casos de febre oropouche em 2024 e registrou morte de um recém-nascido
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Com mais de 400 casos confirmados este ano e a morte de um recém-nascido, o Ministério Público Federal do Acre (MPF-AC) vai apurar o que chamou de “possível surto” de febre oropouche no estado. Conforme divulgado pelo MPF nessa quinta-feira (29), o objetivo é apurar as providências adotadas em meio ao crescimento de 620% dos casos em relação ao ano passado.
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“Trata-se de um número 620% superior ao registrado no ano passado. De acordo com o procurador da República Lucas Costa Almeida Dias, responsável pelo caso, 21 dos 22 municípios do Acre possuem algum registro da doença”, informou o órgão por meio de nota.
O g1 entrou em contato com a Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), e não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. O procedimento instaurado pelo MPF-AC também ressalta o cenário nacional da doença, com 7.848 casos da febre somente este ano, contra 831 casos em 2023.
Apenas a cidade de Santa Rosa do Purus não tem registro de Febre Oropouche
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Até o dia 20 de agosto, o Acre já confirmou 436 casos e uma morte por Febre do Oropouche, segundo dados do Boletim Epidemiológico Semana das Arboviroses da Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre).
A morte que aparece no levantamento é a de um bebê recém-nascido divulgada pelo Ministério da Saúde no início do mês. Segundo a pasta, o bebê nasceu no Acre e veio a óbito no final de julho após 47 dias de vida.
Ele tinha microcefalia, malformação das articulações e outras anomalias congênitas - problemas estruturais ou funcionais que ocorrem durante a gravidez. A mãe, de 33 anos, teve erupções cutâneas e febre no segundo mês de gravidez, e os exames pós-parto indicaram infecção pelo vírus Oropouche.
Exames realizados nos laboratórios do Instituto Evandro Chagas (IEC/SVSA/MS), em Belém, descartaram outras hipóteses de diagnóstico.
Boletim
Ainda segundo o boletim, já foram testadas 1.756 amostras de casos suspeitos. No mesmo período do ano passado, as equipes de Saúde testaram apenas 145 amostras.
Sobre os casos confirmados, o total registrado este ano representa um aumento de 620% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram registrados 60 casos.
Não houve confirmação de morte pela doença em 2023. Outro dado que chama atenção no boletim é que dos 22 municípios acreanos, apenas Santa Rosa do Purus não registrou casos da doença até o momento.
Ano passado, os casos confirmados estavam espalhados em oito cidades.
Dengue
O boletim mostra dados também levantados sobre os casos de dengue, Chikungunya, Zika Vírus e Mayaro.
Até o último dia 20, o Acre teve 2.921 casos de dengue confirmados. Já o número de casos prováveis chega a 3.208, sendo que em 2023 o total era de 3.302.
Vinte cidades acreanas têm registros de dengue. A incidência dos casos chega 386,5 por 100 mil habitantes. Não há confirmação de mortes.
Chikungunya
Segundo a Sesacre, os casos prováveis da doença chegam a 236 contra 36 registrados em 2023, registrando um aumento de mais de 555% em um ano.
Até o momento, foram confirmados 165 casos em 21 municípios. A incidência dos casos chega a 28,4 por 100 mil habitantes.
Zika Vírus
O número de casos prováveis de Zika Vírus também aumentou entre 2023 e 2024. Conforme o balanço, ano passado havia 91 casos suspeitos e este ano 104, confirmando um aumento de mais de 14%.
Já o número de casos confirmados chega a 45, com uma incidência de 12,5.
Mayaro
Sete pessoas testaram positivo para a doença até o último dia 20 em quatro municípios. Foram testadas 1.837 amostras este ano. Não há dados do ano passado.
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